quarta-feira, 28 de abril de 2010

As últimas batalhas

Em 1914 começaram os primeiros movimentos de preparação para a guerra. A África, continente de grande interesse das potências, sofreu os impactos dessa movimentação. Organizaram expedições militares em direção a Angola e a Moçambique.

No mesmo ano, o tenente Alves Roçada, partindo de Lisboa, comanda uma expedição militar à Angola, composta por um batalhão de infantaria, um pelotão de metralhadoras, uma bateria de artilharia e um esquadrão de cavalaria. Toda essa preparação provocou uma série de conflitos envolvendo as potencias detentoras de protetorados.

Ocorreram diversos incidentes que aumentaram o clima de animosidade bélica, principalmente quanto a questões bélicas. Em Moçambique ocorrerem diversos incidentes de fronteiras, a exemplo do ataque alemão à Maziúa, em que ocorreu um incêndio que destruiu os postos de fronteira. Diante das fiscalizações, foram mortos vários alemães que entravam na área de domínio sem autorização. As tropas portuguesas, estrategicamente, desenvolveram o sistema defensivo da colônia contra as tropas alemãs vindas do sudoeste africano. Apesar dessas intencionalidades, as tropas alemãs provocaram um massacre em Cuangar. Foram mortos oficiais, sargentos, soldados europeus e africanos, além de civis que somaram 22 mortes.

Em novembro de 1914, a primeira expedição portuguesa desembarca em Porto Amélia, em Moçambique. Com o domínio português, os alemães armaram diversos conflitos que colocavam em xeque as áreas de influência. Durante a batalha de Naulila, os alemães expulsaram os portugueses até o sul da Angola, causando a morte de 3 oficiais e 66 sargentos e soldados. Foi diante desse conflito que os portugueses se estruturaram para conter as forças alemãs no sul da Angola. Diante desse quadro, a população da Angola revolta-se contra as forças européias, gerando um clima tenso de insatisfação.

Em 1915, os portugueses enviaram mais tropas para a Angola a fim de combater as tropas alemãs vindas da África alemã. O objetivo era recuperar Quionga, na Angola, ocupada pelos alemães desde 1894. Foram recuperadas algumas áreas, a exemplo de Humbe. Eles queriam recuperar os depósitos de água tomados pelos alemães no Sul da Angola. O governo português contrai empréstimos por causa das enormes despesas das forças expedicionárias.

Em novembro de 1915, é enviada uma nova expedição portuguesa a Moçambique. Em meio a essa agitação, a Alemanha declara guerra a Portugal. Em 1916. As tropas em Moçambique são rechaçadas pelas forças alemãs. Com o reforço da terceira força expedicionária composta por 3 batalhões de infantaria, 3 baterias de metralhadoras, 3 baterias de artilharia, 1 companhia de engenharia mista e unidades de serviços. No combate de Maúta, os portugueses invadem a África Oriental alemã, contudo são contidos pelos alemães e obrigados e se retirar à fronteira de Moçambique. As estratégias bélicas alemãs impediram que fosse formada uma linha de defesa de Portugal em Moçambique.

Os conflitos em Nevala foram originados por causa dos depósitos de água e tiveram vitória Alemã. As forças alemãs do comando de Lettow-Vorbeck saindo de Nevala dirigiram-se para a fronteira com Moçambique para surpreender as forças portuguesas, provocando um massacre com a morte de 5 oficiais e 14 soldados europeus, 208 soldados africanos, com cerca de 70 feridos.Foram feitos de prisioneiros cerca de 550 homens, entre os quais se contavam 31 oficiais que foram libertados posteriormente.

Em 1918, as tropas alemãs entraram novamente em conflito com as tropas portuguesas na batalha de Nhamacurra, atacando uma reserva de açúcar que era de administração anglo-portuguesa. Apesar das diversas vitórias alemãs, o comandante alemão Lettow-Vorbeck é informado do Armistício da guerra e rende-se.

Com o tratado de Versalhes, em 1919, Quionga que foi tomada pelo domínio alemão é formalmente restituída a Portugal. Na Conferência Colonial, realizada em Londres, é perguntado a Portugal se aceitava um mandato de administração do território de Quionga, estendendo-se este mandato igualmente a toda a província de Moçambique. A resposta é negativa. Quionga é restituída a Portugal por decisão do Conselho Supremo das Potências Aliadas e Associadas. Em 1920, por portaria provincial Quionga volta a ter um comando militar português, a marcar a soberania perdida em 1894.

Referências Bibliográficas

http://www.arqnet.pt/portal/portugal/grandeguerra/pgmafrica.html

http://planaltohistorico.blogspot.com/2009_10_01_archive.html

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