Em 1920, foi publicada a Declaração dos Direitos dos Negros. Essa declaração representou um grande e significativo avanço dos Direitos Humanos. Ela consagrava os direitos de proteção aos negros que na época, correspondia a aproximadamente quatrocentos milhões de pessoas.
Durante a primeira guerra, os conflitos que ocorreram no continente africano contaram com a atuação de soldados africanos que morreram em nome do capitalismo selvagem dos europeus.
Segue abaixo alguns trechos dessa Declaração que visava garantir mais justiça e igualdade.
Preâmbulo
FICA RESOLVIDO que o povo negro do mundo, através dos seus representantes escolhidos em convenção feita em Nova Iorque, entre os dias 1º e 31 de agosto de 1920, deve protestar contra os erros e as injustiças que estão a sofrer nas mãos dos brancos.
Nós queixamo-nos:
- Que em nenhum lugar do mundo, com poucas exceções, é concedida igualdade de tratamento entre homens brancos e negros. Em algumas circunstâncias são discriminados e negados os direitos comuns entre os seres humanos, por razão de sua raça e cor.
- Das nações européias tomaram posse de quase todo o continente da África, obrigando os nativos a entregarem suas terras aos estrangeiros, além de serem tratados, na maioria dos casos, como escravos.
- Da discriminação por não ganharmos salários iguais para o apoio de nossas famílias.
- Que há muitos atos de injustiças contra os membros de nossa raça, perante os tribunais de direito nas ilhas e colônias respectivas.
Contra todos esses tratamentos desumanos, anticristãos e incivilizados. Nós, aqui e agora, proclamamos (que):
- Que acreditamos que o Negro, como qualquer outra raça, deve ser conduzido pela ética da civilização e, portanto, não deve ser privado de qualquer um desses direitos ou privilégios comuns aos outros seres humanos.
- Nós acreditamos que qualquer lei ou prática que tende a privar qualquer Africano das suas terras ou dos privilégios de cidadania livre dentro do seu país é injusta e imoral e nenhum nativo deve respeitar qualquer direito ou prática dessa natureza.
- Nós acreditamos que qualquer lei, contra o negro ou em detrimento do mesmo por causa de sua raça ou cor, é injusta e imoral e não deve ser respeitada.
- Nós acreditamos que todos os homens têm direito ao respeito humano comum e que a nossa raça não deve, de maneira alguma tolerar insultos que pode ser interpretado no sentido de desrespeito à nossa raça ou cor.
- Acreditamos que o Negro deve adotar todos os meios para se proteger contra práticas bárbaras infligida a ele por causa da cor.
- Acreditamos na liberdade da África e do o povo negro do mundo, e pelo princípio da Europa para os europeus e da Ásia para os asiáticos, também acreditamos na África para os africanos, em casa e no exterior.
- Condenamos veementemente a cobiça das nações do mundo que, por agressão aberta ou esquemas secretos, tomaram os territórios e riquezas naturais inesgotáveis da África. Nós colocamos a nossa determinação no registro mais solene para recuperar os tesouros e a posse do vasto continente dos nossos antepassados.
- Nós acreditamos que todos os homens deveriam viver em paz uns com os outros, mas quando as raças e nações provocarem a ira de outras raças e nações, tentando violar os seus direitos, [a guerra] torna-se inevitável.
- Protestamos contra qualquer sistema de ensino, em qualquer país, que negue aos negros os mesmos privilégios e vantagens que outras raças.
- Cremos na doutrina da liberdade da imprensa, e, portanto, enfaticamente, protestamos contra a supressão de jornais e revistas Negras em várias partes do mundo.
- Nós ainda procuramos a liberdade de expressão universalmente para todos os homens.
- Vimos por este meio protestar contra a publicação de artigos escandalosos da imprensa estrangeira, pois tendem a criar conflitos raciais, além de exporem filmes, mostrando o negro como um canibal.
- Acreditamos na auto-determinação dos povos.
- Declaramos para a liberdade de culto religioso.
- Exigimos o direito de uma educação plena e imparcial para nós mesmos e nossa posteridade, para sempre [.]
- Resolvido, que o hino "A Etiópia, ó terra de nossos pais, etc," será o hino da raça negra. . . .
- Nós declaramos que a injustiça para com nosso povo é um sério obstáculo para a saúde da raça.
- Exigimos que as instruções dadas crianças negras nas escolas inclui o tema "História do negro", para seu benefício.
- Declaramos para a liberdade absoluta dos mares por todos os povos.
- Exigimos que os nossos representantes sejam devidamente credenciados em todas as ligas, conferências, convenções ou os tribunais de arbitragem internacional, sempre que os direitos humanos forem discutidos.
- Proclamamos o dia 31 de agosto de cada ano para ser um feriado internacional que devem ser observados por todos os negros.
- Queremos que todos os homens saibam que vamos manter a lutar pela liberdade e igualdade de todo homem, mulher e criança da nossa raça, com as nossas vidas, nossas fortunas e nossa sagrada honra.
Referências Bibliográficas
http://historymatters.gmu.edu/d/5122/
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