quarta-feira, 5 de maio de 2010

Declaração dos Direitos dos Negros

Em 1920, foi publicada a Declaração dos Direitos dos Negros. Essa declaração representou um grande e significativo avanço dos Direitos Humanos. Ela consagrava os direitos de proteção aos negros que na época, correspondia a aproximadamente quatrocentos milhões de pessoas.

Durante a primeira guerra, os conflitos que ocorreram no continente africano contaram com a atuação de soldados africanos que morreram em nome do capitalismo selvagem dos europeus.

Segue abaixo alguns trechos dessa Declaração que visava garantir mais justiça e igualdade.


Preâmbulo

FICA RESOLVIDO que o povo negro do mundo, através dos seus representantes escolhidos em convenção feita em Nova Iorque, entre os dias 1º e 31 de agosto de 1920, deve protestar contra os erros e as injustiças que estão a sofrer nas mãos dos brancos.

Nós queixamo-nos:

  • Que em nenhum lugar do mundo, com poucas exceções, é concedida igualdade de tratamento entre homens brancos e negros. Em algumas circunstâncias são discriminados e negados os direitos comuns entre os seres humanos, por razão de sua raça e cor.
  • Das nações européias tomaram posse de quase todo o continente da África, obrigando os nativos a entregarem suas terras aos estrangeiros, além de serem tratados, na maioria dos casos, como escravos.
  • Da discriminação por não ganharmos salários iguais para o apoio de nossas famílias.
  • Que há muitos atos de injustiças contra os membros de nossa raça, perante os tribunais de direito nas ilhas e colônias respectivas.

Contra todos esses tratamentos desumanos, anticristãos e incivilizados. Nós, aqui e agora, proclamamos (que):

  • Que acreditamos que o Negro, como qualquer outra raça, deve ser conduzido pela ética da civilização e, portanto, não deve ser privado de qualquer um desses direitos ou privilégios comuns aos outros seres humanos.
  • Nós acreditamos que qualquer lei ou prática que tende a privar qualquer Africano das suas terras ou dos privilégios de cidadania livre dentro do seu país é injusta e imoral e nenhum nativo deve respeitar qualquer direito ou prática dessa natureza.
  • Nós acreditamos que qualquer lei, contra o negro ou em detrimento do mesmo por causa de sua raça ou cor, é injusta e imoral e não deve ser respeitada.
  • Nós acreditamos que todos os homens têm direito ao respeito humano comum e que a nossa raça não deve, de maneira alguma tolerar insultos que pode ser interpretado no sentido de desrespeito à nossa raça ou cor.
  • Acreditamos que o Negro deve adotar todos os meios para se proteger contra práticas bárbaras infligida a ele por causa da cor.
  • Acreditamos na liberdade da África e do o povo negro do mundo, e pelo princípio da Europa para os europeus e da Ásia para os asiáticos, também acreditamos na África para os africanos, em casa e no exterior.
  • Condenamos veementemente a cobiça das nações do mundo que, por agressão aberta ou esquemas secretos, tomaram os territórios e riquezas naturais inesgotáveis da África. Nós colocamos a nossa determinação no registro mais solene para recuperar os tesouros e a posse do vasto continente dos nossos antepassados.
  • Nós acreditamos que todos os homens deveriam viver em paz uns com os outros, mas quando as raças e nações provocarem a ira de outras raças e nações, tentando violar os seus direitos, [a guerra] torna-se inevitável.
  • Protestamos contra qualquer sistema de ensino, em qualquer país, que negue aos negros os mesmos privilégios e vantagens que outras raças.
  • Cremos na doutrina da liberdade da imprensa, e, portanto, enfaticamente, protestamos contra a supressão de jornais e revistas Negras em várias partes do mundo.
  • Nós ainda procuramos a liberdade de expressão universalmente para todos os homens.
  • Vimos por este meio protestar contra a publicação de artigos escandalosos da imprensa estrangeira, pois tendem a criar conflitos raciais, além de exporem filmes, mostrando o negro como um canibal.
  • Acreditamos na auto-determinação dos povos.
  • Declaramos para a liberdade de culto religioso.
  • Exigimos o direito de uma educação plena e imparcial para nós mesmos e nossa posteridade, para sempre [.]
  • Resolvido, que o hino "A Etiópia, ó terra de nossos pais, etc," será o hino da raça negra. . . .
  • Nós declaramos que a injustiça para com nosso povo é um sério obstáculo para a saúde da raça.
  • Exigimos que as instruções dadas crianças negras nas escolas inclui o tema "História do negro", para seu benefício.
  • Declaramos para a liberdade absoluta dos mares por todos os povos.
  • Exigimos que os nossos representantes sejam devidamente credenciados em todas as ligas, conferências, convenções ou os tribunais de arbitragem internacional, sempre que os direitos humanos forem discutidos.
  • Proclamamos o dia 31 de agosto de cada ano para ser um feriado internacional que devem ser observados por todos os negros.
  • Queremos que todos os homens saibam que vamos manter a lutar pela liberdade e igualdade de todo homem, mulher e criança da nossa raça, com as nossas vidas, nossas fortunas e nossa sagrada honra.

Referências Bibliográficas

http://books.google.com.br/books?id=BKBZ2GudX2IC&pg=PA208&lpg=PA208&dq=Declaration+of+the+Rights+of+the+Negro+People+of+the+World&source=bl&ots=COThArRelH&sig=TMtf8LridaSkbwdUFOYcdnysB84&hl=pt-BR&ei=ihziS-jtH8-QuAf9wphd&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=6&ved=0CDgQ6AEwBQ#v=onepage&q=Declaration%20of%20the%20Rights%20of%20the%20Negro%20People%20of%20the%20World&f=false

http://historymatters.gmu.edu/d/5122/


Nenhum comentário:

Postar um comentário